Pressão por novo auxílio emergencial é tema central na disputa pela Câmara
Uma nova rodada do auxílio emergencial tornou-se um dos temas centrais na disputa pelo comando do Congresso Nacional. Na Câmara, os dois principais candidatos já se posicionaram a favor de discutir a retomada dos pagamentos. Com mais de 200 mil vítimas fatais da covid-19 no País, a pressão é crescente entre os parlamentares e já entrou no radar do Ministério da Economia. Segundo apurou o Estadão, a equipe econômica avalia que, caso haja necessidade de renovar o benefício, o valor precisará ficar abaixo dos R$ 300 pagos entre setembro e dezembro do ano passado.
O próprio
ministro da Economia, Paulo Guedes, já admitiu publicamente a possibilidade de
renovação do benefício em caso de recrudescimento da covid-19, mas nenhum
movimento foi feito até agora – à espera de sinalizações do Ministério da Saúde
e do presidente Jair Bolsonaro. Desde já, o diagnóstico é que um benefício de
R$ 300 ou mais é financeiramente insustentável. No ano passado, o País se
endividou para destinar R$ 322 bilhões ao pagamento do auxílio emergencial.
O Congresso tem
se adiantado no debate. O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) começou a
coletar assinaturas de apoio a um requerimento de convocação extraordinária do
Congresso em janeiro para votar um novo decreto de calamidade, a retomada do
auxílio emergencial e a universalização de uma vacina contra covid-19. O
senador Renan Calheiros (MDB-AL) defendeu numa rede social o cancelamento do
recesso para a votação de temas como o auxílio.
A discussão
sobre medidas de auxílio também entrou no foco dos principais candidatos à
presidência da Câmara. Na quarta-feira, ao lançar oficialmente sua campanha, o
deputado Baleia Rossi (MDB-SP) defendeu aumentar o Bolsa Família ou instituir
uma nova rodada do auxílio emergencial. “Ano passado, parecia que íamos virar o
ano e a pandemia ia acabar. Essa não é a realidade. Hoje, temos milhões de
brasileiros que vão deixar de receber o auxílio e voltar a ter dificuldade do
mais básico, que é ter alimento na sua mesa”, afirmou Baleia. Ontem, o deputado
voltou ao tema, defendendo conciliar o debate com a responsabilidade fiscal.
Principal
adversário do emedebista na corrida pelo comando da Câmara, o deputado Arthur
Lira (PP-AL) também aderiu à defesa do fortalecimento de políticas sociais. Em
seu perfil no Twitter, o candidato pregou uma reorganização dos programas de
renda mínima, “mas sem abrir mão da austeridade fiscal e do teto de gastos” –
em referência à regra que limita o avanço das despesas à inflação e é
considerada pela equipe econômica uma superâncora da credibilidade no País. “A
demagogia fiscal sempre custa caro para o País e, em especial, para os mais
pobres”, escreveu Lira.
O governo tenta esperar o resultado da disputa para decidir sobre a prorrogação do auxílio, na expectativa de que seu candidato (Lira) saia vitorioso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Redação BIZ NEWS/BR 10 de janeiro de 2021