31/03/2021

Em texto de estreia de Braga Netto como ministro da Defesa, golpe de 1964 vira pacificação do país

Em texto de estreia de Braga Netto como ministro da Defesa, golpe de 1964 vira pacificação do país
O cenário geopolítico atual apresenta novos desafios, como questões ambientais, ameaças cibernéticas, segurança alimentar e pandemias (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O novo ministro da Defesa, Walter Braga Netto, divulgou nesta terça-feira texto “Ordem do Dia Alusiva ao 31 de Março de 1964” enaltecendo o papel de “pacificar o país” realizado pelas Forças Armadas naquele ano, quando os militares foram protagonistas do golpe de Estado que derrubou o governo constitucional do presidente João Goulart.

A texto de estreia de Braga Netto, que é general da reserva, enaltecendo as conquistas do golpe de 1964 ocorre em meio a temores de que sua ida para a pasta, assim como a saída dos atuais comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica, seja uma manobra do presidente Jair Bolsonaro para ampliar a politização e sua influência nas Forças Armadas.

“A Guerra Fria envolveu a América Latina, trazendo ao Brasil um cenário de inseguranças com grave instabilidade política, social e econômica. Havia ameaça real à paz e à democracia”, diz Braga Netto na Ordem do Dia.

“Os brasileiros perceberam a emergência e se movimentaram nas ruas, com amplo apoio da imprensa, de lideranças políticas, das igrejas, do segmento empresarial, de diversos setores da sociedade organizada e das Forças Armadas, interrompendo a escalada conflitiva, resultando no chamado movimento de 31 de março de 1964”, continua o novo ministro da Defesa, se referindo ao que durante muito tempo os militares chamaram de revolução.

“As Forças Armadas acabaram assumindo a responsabilidade de pacificar o país, enfrentando os desgastes para reorganizá-lo e garantir as liberdades democráticas que hoje desfrutamos.”

A derrubada de João Goulart, que realmente contou com apoio de setores da sociedade, levou a uma ditadura de 21 anos, que teve presos políticos, torturados, mortos, desaparecidos, fechamento do Congresso e censura à imprensa, entre outras quebras dos direitos humanos.

Mas, segundo a Ordem do Dia do ministro, eventos como os de 1964 “só podem ser compreendidos a partir do contexto da época”, e o quadro hoje é outro.

“O cenário geopolítico atual apresenta novos desafios, como questões ambientais, ameaças cibernéticas, segurança alimentar e pandemias. As Forças Armadas estão presentes, na linha de frente, protegendo a população.”

Mais para o final do texto, Braga Netto ressalta a missão constitucional das Forças Armada, na qual está “garantir os Poderes constitucionais”.

“A Marinha, o Exército e a Força Aérea acompanham as mudanças, conscientes de sua missão constitucional de defender a Pátria, garantir os Poderes constitucionais, e seguros de que a harmonia e o equilíbrio entre esses Poderes preservarão a paz e a estabilidade em nosso país”, afirma.

“O movimento de 1964 é parte da trajetória histórica do Brasil. Assim devem ser compreendidos e celebrados os acontecimentos daquele 31 de março

Blog: Neto Camilo - Neto Camilo Radialista

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