10/07/2021

Mortes violentas crescem 3% e Rio Grande do Norte termina 2020 com 1.499 vítimasEstado registrou crescimento de 13,7% nos homicídios dolosos e teve queda de mortes por intervenção policial e feminicídios.

Mortes violentas crescem 3% e Rio Grande do Norte termina 2020 com 1.499 vítimas
Estado registrou crescimento de 13,7% nos homicídios dolosos e teve queda de mortes por intervenção policial e feminicídios.
Homicídios registraram crescimento em 2020 no Rio Grande do Norte.

O Rio Grande do Norte terminou o ano de 2020 com um crescimento de 3% no número de mortes violentas na comparação com o ano anterior, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (13) pela Secretaria de Segurança do Estado. Ao todo, o RN registrou 1.499 vítimas de janeiro a dezembro, contra 1.455 no mesmo período em 2019. Foram 44 mortes a mais.

Os dados foram levantados pela Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análises Criminais do governo. Em 2020, o mês mais violento foi abril, com 156 mortes, e setembro foi o que registrou menos vítimas, com 95 casos.

O crescimento registrado quebra uma tendência de queda que havia sido registrada em 2019, quando o RN reduziu em mais de 26% o número de mortes violentas, na comparação com 2018.

Quando separados os tipos de mortes violentas, os homicídios dolosos (com intenção de matar) subiram mais de 13,7%, passando de 1.074 no ano para 1.222 em 2020. Por outro lado as mortes por intervenção policial - aquelas de suspeitos em confronto com a polícia, por exemplo - reduziram cerca de 15,3%, caindo de 170 para 144 óbitos.

Também houve queda de 55% nos casos de lesão corporal seguida de morte, de 128 em 2019 para 57 no ano passado; e de 38% nos feminicídios, que baixaram de 21 para 13. Já os latrocínios seguiram praticamente as mesmas estatísticas: 63 em 2020 contra 62 no período anterior.

A capital do estado, Natal lidera os números de mortes violentas, seguida de Mossoró, São Gonçalo do Amarante e Parnamirim. Essas três, no entanto, tiveram redução de mortes em relação ao ano anterior, enquanto a capital registrou aumento.
Das quase 1.500 mortes violentas registradas ao longo do ano no estado 1.311 (87%) tiveram uso de armas de fogo. Outras 96 mortes foram com armas brancas, como facas, e 25 casos foram por espancamento.

Entre as vítimas estão pessoas como o arquiteto Eliedson Vinícius Marcelino de Menezes, de 39 anos, assassinado dentro do seu apartamento em Natal, no mês de maio. Um jovem de 18 anos foi preso e um adolescente apreendido pelo crime.

Outro caso que chocou foi do entregador Ayslam Henrique da Silva Vieira, de 23 anos, assassinado durante um assalto, em que os criminosos tomaram a moto com a qual trabalhava. O caso foi tratado como latrocínio - roubo com resultado de morte.

Os agentes de segurança também foram vítimas da violência. Um deles foi o sargento F. Silva, do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), atingido por tiros durante uma tentativa de assalto, em dezembro. Um suspeito do crime morreu nesta terça-feira (12), em confronto com a polícia.

Perfil das vítimas
Praticamente 70% das vítimas das mortes violentas no estado são pessoas de cor parda. Em seguida, o grupo que registra mais mortes é o de pessoas negras, com 227 vítimas. Porém, os brancos foram os que tiveram maior crescimento percentual, no número de casos, entre 2019 e 2020. Enquanto o percentual de pardos caiu 3,5% e o de negros subiu 1,79%, o número de vítimas de cor branca passou de 124 para 164 - aumento percentual de 32,2%.

Credito: Igor Jácome, G1 RN
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