17/03/2020

Covid-19. Nasceu primeiro bebé de mãe infetada em Portugal

Tanto o recém-nascido, como a mãe, que está internada há duas semanas no Hospital São João com a infeção, estão estáveis.
Nasceu esta terça-feira primeiro bebé filho de uma mulher infetada com o novo coronavírus, em Portugal.
O bebé de madrugada no Hospital de São João, no Porto, e segundo fonte hospitalar, citada pela Agência Lusa, tanto a mãe como a criança estão bem.
De acordo com a mesma fonte, foram feitos testes de despiste do vírus no bebé, estando a aguardar-se os resultados.
Para já, adianta a RTP, o bebé não apresenta qualquer sintoma e está clinicamente saudável, não requerendo, para já, qualquer cuidado médico.


A mãe está internada no hospital portuense com manifestações leves da doença há cerca de uma semana.  
Mais casos na China
Um novo estudo de caso na China , divulgado esta segunda-feira, 16 de março, voltou a indicar que o coronavírus, que causa a doença Covid-19, é intransmissível das grávidas para os recém-nascidos.
Publicado na revista da especialidade Frontiers in Pediatrics, a investigação é a segundo do género realizada no país e envolveu quatro grávidas com Covid-19 que deram à luz num hospital de Wuhan, cidade onde foi detetado em dezembro o novo coronavírus, responsável por infeções respiratórias graves como pneumonia.


Segundo o trabalho, nenhum dos quatro recém-nascidos teve sintomas de Covid-19, como febre ou tosse, apesar de, por precaução, terem sido isolados em unidades de cuidados neonatais intensivos.
Os bebés continuam saudáveis e as mães estão curadas, sendo que três das quatro grávidas tiveram um parto por cesariana.
Um dos recém-nascidos teve um pequeno problema respiratório, mas apenas durante três dias, tendo sido ventilado mecanicamente.
O mesmo bebé e um outro tiveram erupções cutâneas que desapareceram posteriormente. Os cientistas desconhecem se existe alguma ligação entre este sintoma e a infeção por Covid-19 das mães.


Os investigadores advertem que mais estudos com recém-nascidos serão necessários, uma vez que a sensibilidade aos testes de diagnóstico do coronavírus é de cerca de 71 por cento.
Para este efeito, os cientistas estão a recolher amostras de placenta, líquido amniótico, sangue e fluido gástrico.
Uma investigação anterior, que acompanhou nove grávidas com Covid-19 que fizeram um parto por cesariana, concluiu que o coronavírus não se transmite aos bebés durante a gestação. 
Desconhece-se ainda se o parto por cesariana é mais benéfico do que o vaginal. É preciso mais investigação, assinalam os autores do novo trabalho, divulgado em comunicado pela editora da revista Frontiers in Pediatrics.
 Especialistas em obstetrícia emitem recomendações para grávidas  
Apesar disso, vários especialistas recomendam cuidados especiais para as grávidas, mesmo que estas não sejam consideradas, até ao momento, um grupo de risco especial.
Para evitar a possibilidade de infeção pelo novo coronavírus (SARS-Cov-2) em grávidas, o Núcleo de Estudos de Medicina Obstétrica (NEMO) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) emitiu hoje várias recomendações.
A primeira é a de que as grávidas evitem dirigir-se aos centros hospitalares, exceto se estritamente necessário.
Devem, em alternativa, optar por teleconsultas e serem "instruídas dos sinais de alarme, no caso de agudização da sua patologia de base, e dos motivos que as levem a contactar a linha SNS 24 ou o INEM”, refere o NEMO em comunicado.  
Os especialistas apelam à adoção de medidas que reduzam o risco de infeção: lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool, como álcool em gel, evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
Tal como a população em geral, as grávidas devem também evitar o contacto próximo com pessoas doentes, cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e deitar no lixo, limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
Amamentação
O NEMO realça que não há evidência de que o vírus passe para o leite materno e lembra que “os benefícios da amamentação superam qualquer risco potencial de transmissão COVID-19 pelo leite materno”.
“As mães que amamentam devem tomar todas as possíveis precauções para evitar transmissão como lavagem de mãos frequente e usando uma máscara facial, durante a amamentação”, recomenda.
De acordo com os especialistas, “não há evidência de que após o parto, uma mulher com Covid-19 deva ser separada do seu filho”, advertindo que “o impacto da separação parece ser mais prejudicial do que o risco de infeção”.
 De acordo com os especialistas, “não há evidência de que após o parto, uma mulher com Covid-19 deva ser separada do seu filho”, advertindo que “o impacto da separação parece ser mais prejudicial do que o risco de infeção”.

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